sábado, 18 de dezembro de 2010

Uma mensagem depois da tempestade


Quando a tempestade se desfez, o brilho do sol iluminou aquele entardecer. Indiferente às roupas molhadas pegadas ao corpo, o mensageiro percorre o caminho sinuoso até o observatório. Ele move os pés automaticamente enquanto ruma ao topo, seguro e ciente da importância de seus desígnios. Na imensidão áspera da construção o mensageiro adentra com energia. Ambiente solitário, alento doce e corrosivo, a maresia saboreia as imagens que refletem no espelho prateado. O mensageiro olha pela janela e aprecia a placidez do oceano. Tira de sua bolsa um caderno de folhas amarrotadas e um afiado lápis preto. Um sorriso de satisfação brota em sua face após longa jornada. Rabisca o código sigiloso entre as páginas e em silêncio aguarda a chegada do estranho que lhe trará a revelação.

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