Foto registrada na virada dos séculos XIX / XX, no local em que hoje existe a Praça da República, na capital paulistana. No Brasil Imperial, o lugar foi conhecido como Largo dos Curros, pois nele eram realizadas competições com touros.
A qualquer hora do dia ou da noite, moradores e frequentadores da região presenciam o consumo de crack na Praça e nas ruas das imediações.
Texto: Carlos Primo Vaz
Na escuridão da noite ou sob a luz difusa entre as árvores do parque, mãos que tremem na busca de um trago violento. O cenário: a centenária Praça da República, no centro da cidade de São Paulo.
Há poucos anos, a República foi remodelada, tendo em vista resgatar o desenho que o local tinha no começo do século XX. As obras de ampliação do metrô paulistano alteram a rotina do local há cerca de dois anos. Ao lado de tapumes e construções provisórias, jovens e crianças fazem uso do crack a qualquer hora do dia.
Numa tarde de dezembro, com o porrete de madeira de um metro, o guarda civil metropolitano caminha calmamente em direção aos garotos da rua. Despreocupados e entorpecidos com os cachimbos quentes nas mãos, os corpos maltratados, às dezenas, se dispersam.
Cercadas entre grades, a escola infantil que há muito está estabelecida na praça e também o imponente edifício-sede da Secretaria de Educação do Estado.
Com o projeto de se fazer uma Nova Luz (na famigerada Cracolândia paulistana), é reestabelecida alguma normalidade em ruas antes focos de conflito, prostituição, tráfico e uso de drogas. Entretanto, a inexistência ou fragilidade de programas sociais faz com que estas pessoas marginalizadas continuem na mesma situação, rumando como nômades numa vida desgraçada pelo centro da cidade.
Cuidemos de nossas crianças e do nosso futuro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário